Pela primeira vez, cientistas demonstraram que saquinhos de chá comerciais podem liberar milhões de microplásticos.
- Redação
- 2 de jan.
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Cientistas descobriram, pela primeira vez, que os microplásticos presentes em saquinhos de infusão, como os de chá, conseguem penetrar nas células intestinais humanas e podem entrar na corrente sanguínea.

Os pesquisadores da PlasticHeal detalharam como saquinhos de chá comerciais feitos de polímeros liberam milhões de nanoplásticos e microplásticos na bebida. O estudo revela que essas partículas podem ser absorvidas pelas células intestinais humanas e até entrar na corrente sanguínea, se espalhando pelo corpo. A poluição por plásticos é um problema ambiental crítico que pode afetar a saúde das gerações futuras, com as embalagens de alimentos sendo uma fonte significativa de contaminação. A inalação e a ingestão são as principais formas de exposição humana a esses microplásticos.
Um estudo do Grupo de Mutagênese da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) caracterizou microplásticos e nanoplásticos provenientes de diferentes saquinhos de chá do mercado. Os pesquisadores descobriram que, ao preparar uma infusão, esses saquinhos liberam grandes quantidades de partículas nanométricas e estruturas nanofilamentares, representando uma significativa fonte de exposição ao MNPL. Os saquinhos analisados foram feitos de polímeros como náilon-6, polipropileno e celulose.
Para identificar os diferentes tipos de partículas na infusão, foi utilizado um conjunto de técnicas analíticas avançadas, incluindo microscopia eletrônica de varredura (MEV), microscopia eletrônica de transmissão (TEM), espectroscopia de infravermelho (ATR-FTIR), dinâmica de dispersão de luz (DLS), velocimetria laser Doppler (LDV) e análise de rastreamento de nanopartículas (NTA). Segundo a pesquisadora Alba García, essas abordagens inovadoras para caracterizar os contaminantes são ferramentas essenciais para investigar seus possíveis impactos na saúde humana.
As partículas foram coradas e testadas em diferentes tipos de células intestinais humanas para avaliar sua interação e possível internalização. Os experimentos mostraram que as células intestinais produtoras de muco absorveram a maior quantidade de microplásticos e nanoplásticos, com algumas partículas chegando a penetrar no núcleo celular, onde está o material genético. Esses resultados destacam a importância do muco intestinal na absorção de poluentes e a necessidade de investigar mais os efeitos da exposição crônica na saúde humana.
Fonte : Tempo.com
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