Desenvolvimento de Alzheimer pode estar associado ao Zolpidem
- Redação
- 16 de jan.
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Estudo norte-americano levanta a possibilidade dessa relação no longo prazo

Medicamentos como o zolpidem, que são frequentemente usados para tratar a insônia, estão gerando novas preocupações sobre a saúde do cérebro. Um estudo realizado pela Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, sugeriu uma possível relação entre o uso prolongado desse remédio e o aumento do risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
A pesquisa, publicada na revista Cell, indica que o zolpidem pode afetar o funcionamento do sistema glinfático, uma estrutura crucial para a limpeza do cérebro. Durante o sono, esse sistema é responsável por remover resíduos cerebrais, incluindo proteínas associadas ao Alzheimer. A norepinefrina, um neurotransmissor importante, regula esse processo; entretanto, o zolpidem interfere na sua ação, dificultando a depuração natural e possibilitando o acúmulo de substâncias tóxicas no cérebro ao longo do tempo.
Os testes foram conduzidos em camundongos e mostraram que a indução artificial do sono pelo zolpidem afeta a atividade vascular e a remoção de resíduos cerebrais. Embora os estudos tenham sido feitos em animais, os pesquisadores enfatizam que manter a “arquitetura natural do sono” é vital para a saúde cerebral nos humanos. Maiken Nedergaard, principal autor do estudo, afirmou que a pesquisa estabelece uma conexão entre as dinâmicas da norepinefrina, a atividade vascular e a depuração glinfática, contribuindo para a compreensão das funções restauradoras do sono. Estudos em humanos são necessários para confirmar essas descobertas.
Diante dessas informações, especialistas recomendam abordar as causas subjacentes da insônia, que muitas vezes estão ligadas a problemas como ansiedade ou depressão, em vez de depender exclusivamente de medicamentos como o zolpidem. Além disso, se a medicação for necessária, é fundamental definir um período específico para o uso, evitando uma dependência prolongada. O estudo destaca também a importância de práticas naturais para melhorar a qualidade do sono. Algumas sugestões incluem:
- Evitar passar o dia inteiro no quarto;
- Limitar cochilos diurnos;
- Reduzir o consumo de cafeína;
- Minimizar a exposição a telas antes de dormir;
- Permitir a entrada de luz natural para regular o ciclo do sono.
Estabelecer uma rotina saudável pode levar algum tempo, mas a consistência é essencial para obter resultados duradouros.
Fonte : Catraca Livre
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